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9 de julho de 2012

Quem são as periguetes?


Periguete já foi mulher fatal, vamp, da vida, biscate, fácil, vadia e por aí vai. Ultimamente, e graças à Suelen, da novela “Avenida Brasil”, anda posando de ‘ariranha’, apelido que a personagem de Isis Valverde ganhou de Monalisa (Heloisa Perissé), horrorizada com a possibilidade do filho Iran (Bruno Gissoni), apaixonar-se pela moça.
A gíria, surgida na periferia da Bahia no início da década de 2000, virou apelido de cerveja e entrou para o dicionário Aurélio como sendo uma justaposição de ‘perigo’ + ‘ete’, “moça ou mulher namoradeira, mas sem namorado”.
Suelen é namoradeira, mais do que isso, a gostosa do bairro do Divino, zona norte do Rio, onde se passa parte da trama de João Emanuel Carneiro, escolhe a dedo as conquistas, seja por puro interesse, seja pela “pegada” mesmo.
Mulheres que exibem sua sexualidade e a usam para conseguir coisas são tradicionalmente alvo de todo tipo de piadinha e expressões pejorativas. As periguetes não fogem da regra. “Essa mulher livre e que ousa fazer suas próprias escolhas ocupa um espaço tão importante nas fantasias masculinas que dá para se perguntar se a mulher que faz esse gênero está de fato ‘vivendo a sua sexualidade plenamente’ ou apenas desempenha, sem sequer se dar conta, mais um papel que a sociedade delega”, explica a historiadora e escritora especialista em questões femininas, Nikelen Witter.
A fantasia nasce justamente porque “nossa cultura ainda tem dificuldades de conceber uma mulher numa posição igual a do homem em termos sexuais, profissionais e sociais”, acrescenta Nikelen. Mulheres assim representam uma ameaça, um perigo, e, por isso mesmo, são fascinantes.
Nesse espaço de fantasia, as periguetes não podem ser ‘de verdade’, essas são as outras, as mulheres ‘boazinhas’, que querem agradar, casar e ter filhos. “As periguetes opõem-se à mulher que se preserva. Essa ganha o rótulo de mulher séria”, avalia Nikelen.
A ‘classificação’ das mulheres entre ‘periguetes’ e ‘sérias, ‘para casar’ e ‘para se divertir’, é expressão de um moralismo que está bem longe de ser ‘coisa do passado’. Mas as mulheres de verdade mudam e, eventualmente, conseguem até se apropriar dos rótulos.
É o caso de Diana Vieira, DJ e…piriguete assumida!
Por IG

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