Devido ao descaso do Estado, alguns segmentos organizados de Nova Soure começaram a se articular no sentido de cobrar das autoridades
Situada no sertão baiano, distante 193 km de Salvador, o município de Nova Soure vive o drama da insegurança. A exemplo de tantas outras localidades da Bahia, Nova Soure apresenta, proporcionalmente em comparação a outras cidades do interior, um índice de violência altíssimo, deixando a comunidade sobressaltada. Muitas pessoas têm deixado de sair de casa à noite – e até durante o dia – com medo de serem assaltadas. Enquanto isso, as autoridade do setor nada fazem, não por falta de disposição pessoal, mas pela inércia do Estado. “Estamos entregues à própria sorte, rezando para não ser a próxima vítima”, sintetizou um morador, que pediu para não ser identificado.
Reuniões para discutir a Segurança Pública no Município, más até agora nada resolvido |
Devido ao descaso do Estado, alguns segmentos organizados de Nova Soure começaram a se articular no sentido de cobrar das autoridades ações urgentes visando proporcionar segurança na cidade, que já não suporta mais o crescente índice da violência. Para se ter uma idéia, a Polícia Civil local tem registrado inúmeras ocorrências de assaltos (principalmente no comércio), furtos qualificados, arrombamentos diversos, além de crimes de morte.
A Camara de Veradores realizou reuniões para discutir a Segurança Pública |
Cansados (ou melhor, receosos de novas ocorrências brutais), comerciantes de Nova Soure se mobilizaram para tentar reverter o quadro atual de insegurança na cidade, chegando a ponto de recorrem ao juiz da Comarca local, Marcelo Luiz Santos Freitas, quando solicitaram uma reunião com o Conselho Comunitário de Segurança Pública do município, realizada no dia 19 de dezembro de 2011, na Câmara Municipal. Lá, os empresários reivindicaram uma ação rápida e eficaz de combate à violência.
A Camara de Veradores realizou reuniões para discutir a Segurança Pública |
As principais propostas apresentadas na reunião foram o aumento do efetivo de policiais (hoje só conta um quadro de um delegado, um escrivão e um agente, em gozo de férias, e quatro policiais militares, dois por plantão), viaturas (só tem uma), a criação da Guarda Municipal, a instalação de câmeras no comércio, reavaliação da infra-estrutura da Delegacia de Polícia de Nova Soure, abrangendo estrutura física, políticas de combate às drogas, entre outras ações emergenciais.
A maladragem em Nova Soure corre solta pelas ruas do Centro da Cidade |
A preocupação com a violência está estampada no semblante de cada morador e até dos próprios representantes da lei na cidade, a exemplo do sargento PM Rasteli. Segundo ele, os índices de violência em Nova Soure são alarmantes. Observa as defasagens do sistema e a falta de mecanismos de ação de segurança. Rasteli chegou a criar, por iniciativa própria, a Guarda Mirim, cujo projeto foi premiado pelo governo do Estado.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Ítalo Góes Santos, externou sua indignação com a situação da segurança pública na cidade, a ponto de afirmar que “a nossa segurança está entregue as baratas”.
Por sua vez, o delegado José Renato Flores da Cunha criticou as atuais condições de funcionamento da Delegacia de Polícia e o quadro reduzidíssimo de agentes. Ele revelou que está sendo obrigado a cobrir o plantão nos finais de semana na delegacia por falta de substituto. E mais: devido à falta de funcionários na delegacia, muitas vezes, serve café aos presos. Segundo ele, são necessários, pelo menos, quatro investigadores para atender a demanda. “A estrutura é caótica”, completou o delegado.
O vereador Geraldo Biscarde Júnior (Geraldinho) propôs uma nova reunião, desta vez, contando cm a presença do governador Jacques Wagner, deputados estaduais, além do prefeito José Arivaldo (Ari) e comerciantes, visando proporcionar maior segurança à comunidade. Por fim, o presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Nova Soure, Marcelo Araújo, ressaltou a importância da reunião, gerando propostas importantes em prol da sociedade. “Segurança hoje é tão importante quanto saúde e educação”, concluiu. Reginaldo Santos.
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